quinta-feira, 7 de abril de 2011

30 minutos

Falaria sobre a confusão infernal na qual anda minha cabeça, caso fosse alguma novidade. Seria capaz de dissertar por incontáveis linhas a respeito da minha latente fobia social. Ou talvez sobre o encantamento, em paralelo, que me atrai sorrateiramente para o mais íntimo contato com a frágil realidade humana. Mas hoje tenho 30 minutos para tentar falar sobre outra coisa.
Nada me vem a cabeça. Estou cansado dessa porcaria, mas não tenho coragem de limpar tudo isso. Às vezes eu me sinto como uma formiguinha no meio de todas aquelas outras no caminho que, de vez em quando, esbarra para pedir informação mesmo sabendo que o caminho é aquele mesmo, a fila. As coisas vão se repetindo até que se possa concluí-las. Ao menos comigo é assim. E chegam a dizer que não tenho vontade, tenho ideia fixa... Que calúnia.
O pior é que agora estou começando a brincar com o tempo, ou ele comigo, não sei bem ainda, mas o que importa é que eu sei que ele existe, "a ampulheta correndo grãos". Ele que me aguarde, vou fazer peripécias inimagináveis. Antônio terá orgulho de mim.
Além disso tenho tido umas idéias meio absurdas pensando em possibilidades. No ser e na possibilidade do ser de ser. Em como isso transforma o universo a partir de um pensamento. Em até que ponto a realidade material é sólida. Em por que eu não tenho uma viagem como a de Chihiro, não é assim tão difícil...
Meus olhos basicamente não abrem, mas já estou acostumado com o novo posicionamento de minhas pálpebras, "4/5 da canecona"; com sono e cansado, mas imbatível, duro na queda, teimoso como o pai. Quase começo a ver aquela luzinha branca que vem de cima. A fome também aperta, mas quem iria na cozinha uma hora dessas? Já tomei banho, meu pirulito faz aqui seu barulho discreto. Tudo certo no quarto já, não!
O tempo é que anda de brincadeiras comigo, o que deveria durar 30 minutos rendeu uma hora. Acho que deveria ter mesmo era falado sobre minha confusão mental.

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