Ufa, que semana! Enfim um dia tranquilo, um sábado como outro qualquer. Acordei na sala com a roupa de ontem, um passeio pelas ruas do Recife, quanto mais faço, mais me encanto com as belezas desse lugar. Acordei com o sol. Não por ser cedo demais, mas por ele estar me queimando no lugar que, carinhosamente, chamo de sofá. Sim, também porque o gato já estava inquieto demais pra permanecer ali dormindo simplesmente. Quando levantei definitivamente foi ele quem determinou. Lambidinhas no pé e chorinho na medida certa pra que ninguém mais acordasse, quem sabe, sabe. Levantei, desci com ele, subi e blábláblá...
Há muito tempo que quero escrever, mas não parei essa semana. Depois de um final de semana deprimente e revoltante a segunda foi, claro, de uma ressaca daquelas revigorantes. Ainda estava meio que no final da fase "descrente da vida" na manhã de terça, mas foi quanto tudo começou (eu sempre soube que a semana deveria começar ao meio dia de terça e terminar ao meio dia de sexta, ninguém me escuta...). O start foi alí e tudo seguiu como nos conformes durante a semana. Em casa, estudando, comendo e dormindo cedo, feito homenzinho, que mamãe me ensinou.
Li um livro absurdo, que estou relendo (David Mamet - Sobre direção de cinema) e estudei uns filmes de sempre (Laranja mecânica, O iluminado, Funny Games, Disque M pra matar, Não Amarás). Baixei outros tantos (Nada de novo no front, Mr.Brooks, Mundo imaginário do Dtr. Parnassus, Cidade dos sonhos), comprei o que acredito ser o material para a finalizar minha parede, meio caminho andado pra sala, e ontem, como um bom recifense, fui ao Recife Antigo. Não antes de ir no MUDA e no Central, que estavam sentindo minha falta... acho que não heim?!
Foi exatamente o que notei essa semana, eu tenho uns momentos muito marcantes no meu ano. Já descobri que minhas férias são no meio do ano, as férias que eu gosto de curtir, é o momento de fazer as coisas que eu gosto, com as pessoas que eu gosto, no momento que eu quiser, não sou muito de carnaval. No início de setembro sempre me envolvo em alguma coisa que dura até o meio do primeiro semestre no ano seguinte. Depois disso as coisas ficam mornas até o São João, sempre um momento de acontecimento decisivos (pela inquietude que me causa essa coisa morna), sempre a virada de um ciclo. E aí férias e o ano segue.
Bom, mas como deve ser um sábado como outro qualquer, a programação de hoje tem cinema (animação "Meu malvado favorito"), sushi, um novo bar, ao menos pra mim, e pessoas queridas. Obviamente depois de dar banho no gato, brincar com ele, tirar ao menos metade dos pelos do chão da minha casa, separar a tabela de cores da parede, medir os fios e as mangueiras da iluminação, comer alguma coisa só para aguentar até o sushi, tomarbanhotrocarderoupaedesceresubircomogatoedescernovamenteprasair e pegar dois ônibus.
Ah sim, tá um dia lindo, o céu azul, sem uma nuvem sequer, céu de Brigadeiro. E enquanto escrevo escuto uma seleção mais ou menos assim: Taj Mahal, Luther Allison, Jerry Lee Lewis, Eric Clapton e Ray Charles. E curiosamente Taj Mahal manda Happy Just to be Like... Os Mamonas já cantavam ao sábado de sol, quem sou eu pra negá-lo?
"Bora Gato, tomar banho. Levanta preguiça."
Cheio de coragem.
Quem sou eu
sábado, 28 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
Dia do Gato.
Morar em Recife e não esperar do domingo um dia de sol é pedir demais. Desde ontem conto som isso, pra ser sincero é meio que condição desse dia. Domingo sem sol é de lascar, dá um banzo para a segunda-feira que vez ou outra se arrasta a semana inteira, o que, definitivamente, não é bom. Pois é, o dia não clareou.
O Gato dormiu comigo hoje, cedinho me acordou pra ir fazer as tarefinhas matinais. Desci com ele, subimos e deixei logo o seu café da manhã servido. Voltei ao sono e deixei a porta aberta para que ele entrasse e ficasse lá, enquanto eu desfrutava meus preciosos minutos finais do sonho que vinha bastante animado e interessante até o momento da lambida de bom dia no nariz. Ele não queria mais esperar, o dia havia começado muito tempo antes, estava entediado, queria a bolinha amarela. "Tá bom filho, eu me rendo, deixa só eu ver que horas são." Em que relógio? Cadê meu celular com a hora e os compromissos diários? Onde estão os alarmes que há pouco me guiavam entre lugares e tarefas diariamente? Acho que terei de deixar o Gato dormir comigo todos os dias, assim não perco a hora nem o dia. É uma criança, mas sabe o que faz.
Quando desci com ele e a bolinha amarela, ansiava por curtir ao máximo o domingão de sol, porque fazia sol, bastante, dava pra queimar pele de índio. Mas não foi assim por muito tempo. Brinquei um pouquinho e logo subi. Tinha que tomar banho, escolher uma roupa azul e ficar esperando o telefonema dizendo "bora?". Mas o telefonema começou com "óó", tipo: oolha. Já sei que não vai rolar, nem precisa continuar, continua pelo motivo, mas o final todo mundo já sabe. Bom, ninguém foi. Eu fui, entrei no mar, junto aos "tutus", fui no parque Dona Lindú (inaugurado há dois mil, novecentos e quarenta e nove anos e ainda em construção, sem previsão de conclusão, coisas do governo atual) malhar um pouquinho para o projeto verão 2011 e voltei pra casa, na chuva. Tinham razão, o tempo não estava lá essas coisas. Mas o que seria do verão sem as chuvinhas gostosas? Sunday, nem tanto, não é São Pedro?! Acho que final de semana ele não entra na internet.
O que me resta deste dia é Morro da Conceição, Sé, em Olinda, e Pânico mais tarde na Tv. Eu gosto do domingo, mas mais ainda de boas companhias neste dia. Que venham os amigos, o Gato já está aqui do lado esperando eu terminar de escrever.
O Gato dormiu comigo hoje, cedinho me acordou pra ir fazer as tarefinhas matinais. Desci com ele, subimos e deixei logo o seu café da manhã servido. Voltei ao sono e deixei a porta aberta para que ele entrasse e ficasse lá, enquanto eu desfrutava meus preciosos minutos finais do sonho que vinha bastante animado e interessante até o momento da lambida de bom dia no nariz. Ele não queria mais esperar, o dia havia começado muito tempo antes, estava entediado, queria a bolinha amarela. "Tá bom filho, eu me rendo, deixa só eu ver que horas são." Em que relógio? Cadê meu celular com a hora e os compromissos diários? Onde estão os alarmes que há pouco me guiavam entre lugares e tarefas diariamente? Acho que terei de deixar o Gato dormir comigo todos os dias, assim não perco a hora nem o dia. É uma criança, mas sabe o que faz.
Quando desci com ele e a bolinha amarela, ansiava por curtir ao máximo o domingão de sol, porque fazia sol, bastante, dava pra queimar pele de índio. Mas não foi assim por muito tempo. Brinquei um pouquinho e logo subi. Tinha que tomar banho, escolher uma roupa azul e ficar esperando o telefonema dizendo "bora?". Mas o telefonema começou com "óó", tipo: oolha. Já sei que não vai rolar, nem precisa continuar, continua pelo motivo, mas o final todo mundo já sabe. Bom, ninguém foi. Eu fui, entrei no mar, junto aos "tutus", fui no parque Dona Lindú (inaugurado há dois mil, novecentos e quarenta e nove anos e ainda em construção, sem previsão de conclusão, coisas do governo atual) malhar um pouquinho para o projeto verão 2011 e voltei pra casa, na chuva. Tinham razão, o tempo não estava lá essas coisas. Mas o que seria do verão sem as chuvinhas gostosas? Sunday, nem tanto, não é São Pedro?! Acho que final de semana ele não entra na internet.
O que me resta deste dia é Morro da Conceição, Sé, em Olinda, e Pânico mais tarde na Tv. Eu gosto do domingo, mas mais ainda de boas companhias neste dia. Que venham os amigos, o Gato já está aqui do lado esperando eu terminar de escrever.
sábado, 21 de agosto de 2010
E que venha o domingo!
Hoje, depois de uma noite um tanto trágica, mental e fisicamente, retorno a este espaço minúsculo.
Há meses que seguia em busca desse momento, não de forma consciente, claro (não tão objetivo), mas, de certo, um fim anunciado. Ainda me lembro:
- Puta que pariu!
- O que foi?
- O que é isso?
- Conhaque.
- Caralho...
- O que foi?
- Toda vez que eu bebo isso eu me fodo!
- Por que?
- Porque eu me passo.
- Então bebe cerveja.
- Não, hoje eu quero.
O resultado foi: um galo e um corte superficial na cabeça; dois celulares, 22 reais e alguns minutos da noite perdidos... Nada supera os minutos perdidos! Eu sequer posso rir de mim mesmo, porque este aqui, que pensa, que assimila, que registra, não estava lá. Aqueles vão para o baú de minutos perdidos da minha vida.
Descartando a agonia que é a ausência da lembrança e o fato de ter passado o dia pesquisando entre os amigos presentes na noite o possível paradeiro dos objetos e a razão de os ter perdido (os minutos eu sei bem porque e onde perdi), o dia hoje foi... curioso.
Quando olhei pro lado e vi Eduardo dormindo vi que não era tão tarde assim e voltei a dormir. Na segunda vez ele não estava mais lá, já deveria ser tarde. Nem tanto. Ressaca (a dele física, a minha moral), sábado e hora do almoço, desejando aquela Coca gelada: sushi. Munidos de boa vontade e um cartão de crédito (a salvação dos pobres coitados, pobres coitados), fomos eu e ele de bike (na mesma bike, eu o carregando) comer a bem dita comida japonesa. Menos de 1km percorrido, uma chuva, que todo mundo sabia que viria, desabou. Mas o que dois idiotas estão pensando quando vão no risco da chuva, numa só bicicleta, à um restaurante japonês na casa de capeta comer comida crua e fria? Sei lá, foi divertido passar entre os carros parados no sinal buzinando uns para os outros. As pessoinhas em seus aquários com mecanismos tolos que limpam a água, que curiosamente está fora, num movimento de vai e vem irritante. Certo que me molhei um pouco, mas quem se importa? Cheguei primeiro. E apesar do frio que fazia dentro do restaurante, ainda com roupas molhadas, era tudo o que eu queria comer e fazer naquele momento. Essa ânsia irritante de comprar um carro...
A volta foi de lascar também, a barriga cheia demais, o corpo preguiçoso querendo rede (vício). Mas foi rápido, viemos conversando e não estava mais chovendo como antes, até que o sol ensaiava sair.
Passei a tarde desenhando na parede. Ta ficando bom, e eu recebi uma crítica hoje, como deve ser anunciada, que me fez entender melhor tudo. Eles me fazem companhia na verdade, são sentimentos, carências expressas em imagens. São figuras que acompanham a mim e ao ambiente também. Interagem, dinamizam , guiam o que ali se tem pra ver. E ali é em todo lugar, é em mim, na casa, é por onde passo, vou ou imagino que vou e fui. Ali é tudo o que sinto. Cada figura, expressão, imagem, intervenção, foi um momento de explosão, de descoberta, cumplicidade e comunhão. E tudo isso está ali. Vale tanto quanto um sonho realizado.
Agora, no friosinho do final de dia de chuva, chega a fome lentamente, junto da preguiça de cozinhar. Não tem mais nada pra desenhar na sala. Vou contemplar tudo mais algumas vezes, estudar algum filme absurdo, criar coragem e fazer algo bom para comer com gosto. Em seguida, dormir. Amanhã tem praia e um dia lindo de sol. Tá ouvindo, não é São Pedro?
Hoje, depois de uma noite um tanto trágica, mental e fisicamente, de uma manhã de chuva e uma tarde de bom papo e sentimentos na parede,retorno a este espaço minúsculo, um bom sábado. E que venha o domingo!
Há meses que seguia em busca desse momento, não de forma consciente, claro (não tão objetivo), mas, de certo, um fim anunciado. Ainda me lembro:
- Puta que pariu!
- O que foi?
- O que é isso?
- Conhaque.
- Caralho...
- O que foi?
- Toda vez que eu bebo isso eu me fodo!
- Por que?
- Porque eu me passo.
- Então bebe cerveja.
- Não, hoje eu quero.
O resultado foi: um galo e um corte superficial na cabeça; dois celulares, 22 reais e alguns minutos da noite perdidos... Nada supera os minutos perdidos! Eu sequer posso rir de mim mesmo, porque este aqui, que pensa, que assimila, que registra, não estava lá. Aqueles vão para o baú de minutos perdidos da minha vida.
Descartando a agonia que é a ausência da lembrança e o fato de ter passado o dia pesquisando entre os amigos presentes na noite o possível paradeiro dos objetos e a razão de os ter perdido (os minutos eu sei bem porque e onde perdi), o dia hoje foi... curioso.
Quando olhei pro lado e vi Eduardo dormindo vi que não era tão tarde assim e voltei a dormir. Na segunda vez ele não estava mais lá, já deveria ser tarde. Nem tanto. Ressaca (a dele física, a minha moral), sábado e hora do almoço, desejando aquela Coca gelada: sushi. Munidos de boa vontade e um cartão de crédito (a salvação dos pobres coitados, pobres coitados), fomos eu e ele de bike (na mesma bike, eu o carregando) comer a bem dita comida japonesa. Menos de 1km percorrido, uma chuva, que todo mundo sabia que viria, desabou. Mas o que dois idiotas estão pensando quando vão no risco da chuva, numa só bicicleta, à um restaurante japonês na casa de capeta comer comida crua e fria? Sei lá, foi divertido passar entre os carros parados no sinal buzinando uns para os outros. As pessoinhas em seus aquários com mecanismos tolos que limpam a água, que curiosamente está fora, num movimento de vai e vem irritante. Certo que me molhei um pouco, mas quem se importa? Cheguei primeiro. E apesar do frio que fazia dentro do restaurante, ainda com roupas molhadas, era tudo o que eu queria comer e fazer naquele momento. Essa ânsia irritante de comprar um carro...
A volta foi de lascar também, a barriga cheia demais, o corpo preguiçoso querendo rede (vício). Mas foi rápido, viemos conversando e não estava mais chovendo como antes, até que o sol ensaiava sair.
Passei a tarde desenhando na parede. Ta ficando bom, e eu recebi uma crítica hoje, como deve ser anunciada, que me fez entender melhor tudo. Eles me fazem companhia na verdade, são sentimentos, carências expressas em imagens. São figuras que acompanham a mim e ao ambiente também. Interagem, dinamizam , guiam o que ali se tem pra ver. E ali é em todo lugar, é em mim, na casa, é por onde passo, vou ou imagino que vou e fui. Ali é tudo o que sinto. Cada figura, expressão, imagem, intervenção, foi um momento de explosão, de descoberta, cumplicidade e comunhão. E tudo isso está ali. Vale tanto quanto um sonho realizado.
Agora, no friosinho do final de dia de chuva, chega a fome lentamente, junto da preguiça de cozinhar. Não tem mais nada pra desenhar na sala. Vou contemplar tudo mais algumas vezes, estudar algum filme absurdo, criar coragem e fazer algo bom para comer com gosto. Em seguida, dormir. Amanhã tem praia e um dia lindo de sol. Tá ouvindo, não é São Pedro?
Hoje, depois de uma noite um tanto trágica, mental e fisicamente, de uma manhã de chuva e uma tarde de bom papo e sentimentos na parede,retorno a este espaço minúsculo, um bom sábado. E que venha o domingo!
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