segunda-feira, 6 de julho de 2009

Acabei de brigar com minha irmã. Eu briguei sozinho, ela nem sabe disso. Briga na cabeça. Dessa vez por causa do aparelho de som. Ela quebrou e me disse que só estava quebrada a tampa. Mandei concertar. O cara depois de 5 dias me enrolando, me entregou o som. Cheguei em casa seco pra escutar um CD. Miles Davis, Kind of Blue. Escutei? Não. Tá quebrado.

Thais vem cá, como que quebrou esse som?
Batendo.
Batendo como Thais?
Batendo.

Eu saí. Ora porra, e aparelho de som é bateria? Pandeiro? Bunda de nenem? Mania do caralho de bater nas coisas. Depois eu digo e ninguém me escuta, uma hora quebra alguma coisa mais importante do que o pé, mão, o aparelho de som. Quem sabe não quebra um laço? Ou alguns? Se cuida menina, se cuida. Acorda, abre o olho. Eu sou doido, sou. Mas sobe aí na garupa. Pula aí no banco do passageiro. Cuidado pra não enjoar. Eu desligo o motor e piso no chão sem tremer. Na maioria das vezes - confesso que as vezes eu ainda tremo quando desligo, mas que graça teria se não mais o fizesse?. Que tal subir mesmo aí na garupa pra dar uma volta? Saí desse quarto ou das salas de recepção. Sair, ir na praia pegar um sol, tomar água de coco, fazer alguma atividade física que lhe dê prazer. Fazer algo que lhe dê prazer. De verdade. Estudar alguma coisa. Pensar em alguma coisa. Conhecer novas pessoas. Novos lugares. Abrir essa cabeça, essas portas, essas trancas, essas amarras, essas correntes, essas algemas e coleiras e.... Aaah! Quanta prisão. Tem tantos mundos aí fora. Não quero que deixe de amar. Quero que ame a SUA vida. Até que se prove o contrário, só temos essa meu amor, aproveite. Tire os pés do chão um pouquinho, pular não vai te fazer mal. Faça algo sem planos uma vez, ou duas quem sabe. Sorria mais. Ô que agonia me dá ver-te assim, feio porco mijando. O Dr. não ia gostar nada nada disso. Nada mesmo.
O que me irrita, de verdade, é que você não é assim. É facilmente manipulada, é. Mas você, crua, não é assim. Eu digo porque te conheço desde que você nasceu. E eu lembro muito bem quem é você. E não foi com essa cara que você decidiu vir morar aqui. E não era essa cara que você tinha quando morávamos no antigo ap. E você andava mais pela sala, e pela rua. Agora só te vejo trancada no quarto. Ou melhor, não te vejo porque estás trancada no quarto. Quando não está com aquele humor que não é todo seu na maioria das vezes. Pense, um garfo de macarrão não faz mal a ninguém. Na família em que eu nasci NUNCA vi isso. Onde eu nasci e vivi se come o miolo do pão a caminho de casa. Lembre-se de onde você veio e não se perderás no caminho.

2 comentários:

  1. Família é fogo... O meu último texto é justamente sobre isso. Mas ó, não rola querer ensinar ou decidir por aqueles que amamos não. A gente não pode querer abraçar a vida de todos eles, senão a gente fica lelé da cuca. O caminho é solitário... É difícil não se envolver, mas é preciso abstrair, respirar, desligar-se. Um xêro! ;)

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  2. usarei algumas palavras pra mim.

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